RECORDAR PARA MELHOR COMPREENDER

RECORDAR PARA MELHOR COMPREENDER

Bob Dylan: compositor, tocador, cantor e escritor

E por tudo isto é também o primeiro nobel da literatura a receber semelhante distinção no mundo da música. Robert Allen Zimmerman, é o seu nome de nascença, mas desde cedo quis ser Bob Dylan em homenagem ao poeta Dylan Thomas, de quem devorava todos os poemas que dele apareciam. De Minnesota deu o salto para Nova Yorque onde conheceu o cantor-activista Woody Guthrie. Cantou-o até mais não e aos poucos entrou no estilo dos blues e do folk. Como ele próprio afirmou "quem quer compor canções deveria escutar tanta música folk, estudar a sua forma e estrutura e todo o material que existe desde há 100 anos". A Academia Sueca concedeu a distinção ao músico “por ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção”. E bem pode dizer-se que está certa a academia pois é o mesmo Bob Dylan que se gosta de ver pertencente a uma irmandade de escritores cujas suas raízes estão no country puro, no blues e na estirpe folk de Guthrie, da família Carter, Robert Johnson y dezenas de "baladistas" escoceses e ingleses.

Marsuilta associa-se à distinção da academia sueca e traz à memória letras de várias canções de Bob Dylan, bem como uma entrevista que concedeu em 2004 e ainda outros link´s onde se pode conhecer o mundo de Dylan. Enquanto dele se escreve, ele continua a dar concertos e a escrever diariamente, um hábito que guarda desde há muito tempo.

http://elpais.com/diario/2004/05/01/babelia/1083366381_850215.html?rel=mas

http://bigslam.pt/noticias/homenagem-do-bigslam-ao-vencedor-do-premio-nobel-de-literatura-de-2016-bob-dylan/

http://cultura.elpais.com/cultura/2016/10/13/actualidad/1476381455_398709.html

http://observador.pt/especiais/bob-dylan-esta-do-lado-certo-da-historia/

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ACONTECE, ACONTECEU OU VAI ACONTECER



Ciclo de cinema no CCB - Lisboa

Próximos filmes: 18 março O LEOPARDO Luchino Visconti (1963)
14 abril OS DEZ MANDAMENTOS Cecil B. DeMille (1956)
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Carlos Paredes - Evocação e Festa da Amizade

Esta evocação realiza-se no dia 19 de Fevereiro, pelas 15 horas, na Salão d' A Voz do Operário, em Lisboa e é organizado pela Associação Conquistas da Revolução.

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Tertúlias em Ciência

Céu e Mar "Making of", acontece no dia 15 de fevereiro, pelas 17 horas (C4.piso3).

Esta sessão promovida pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem a responsabilidade organizativa de Pedro Ré.

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Vanguardas e neovanguardas na arte portuguesa - Séculos XX e XXI. esta é a nova exposição que está patente de terça a domingo no museu nacional de arte contemporânea, em lisboa.

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XXI Exposição de Pintura e Escultura

Esta exposição que mostra obras de vários artistas de arte contemporânea portugueses vai decorrer no Clubhouse do Golfe, nos dias 11, 12 e 18 e 19 de Fevereiro, aos sábados e domingos, das 12h00 às 20h00. A organização está a cabo do Belas Clube de Campo, do Banco Populare a daPrivate Gallery .

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domingo, 27 de dezembro de 2015

A LEBRE, A TARTARUGA, OS LIMÕES, OS CAVALOS E OS FRIGORÍFICOS

Detesto os rankings das escolas. Esopo e La Fontaine, mestres da simplicidade, precisariam de juntar à volta destas listagens muitos e variados animais e ainda assim não conseguiriam dar conta da complexidade e da exasperante impossibilidade de fazer comparações. crónica escrita por Ana Sousa Dias - 20 dez.2015 notícias magazine


Posso usar, por exemplo, a velha fábula da lebre e da tartaruga. Todos sabemos a história que valoriza a persistência e a responsabilidade – o «partir no momento certo» – da pesadona tartaruga que derrota a excessiva confiança da leviana lebre, dotada de um corpo que lhe dá velocidade e destreza. Todos conhecemos pessoas mais ou menos assim e já observámos situações idênticas ou que nos fazem recordá-la. Compliquemos a coisa. Juntemos na mesma corrida os outros animais que os dois fabulistas adotaram, diferentíssimos entre si, mais diferentes ainda do que a rápida lebre e a lenta tartaruga. E vamos dar a cada um o seu próprio ponto de partida, e deixá-los competir a andar, a correr, a saltar, a voar, a nadar, a rastejar. Aí está a fábula que poderia ilustrar os nefastos rankings, que nos falam apenas da chegada à meta dos resultados escolares. Há expressões populares para esta possibilidade, como «misturar alhos com bugalhos» e outras que me abstenho de citar.
Logo no início da aprendizagem da mais elementar aritmética ficamos a saber que se adicionarmos seis limões a três cavalos, a soma é seis limões e três cavalos. Vá lá, nove produtos da natureza com ADN extremamente parecido (como havemos de saber mais tarde) mas ainda assim seis limões e três cavalos, sem margem para dúvida. Se lhes juntarmos sete frigoríficos, então o máximo denominador comum será mais difícil de descortinar. Teremos no final seis limões, três cavalos e sete frigoríficos, dezasseis, vá lá, coisas que dificilmente alinhamos na mesma frase.
Volto a dizer: detesto os rankings das escolas, a injustiça implícita nisto de avaliar apenas o ponto de chegada sem ter em conta o ponto de partida nem o caminho nem o modo. Claro que isso não me impede de ir bisbilhotar as listas para verificar onde andam as escolas que por alguma razão conheci, espreitar nomes com aquela curiosidade inconsequente com que folheio páginas que me falam de casamentos faustosos, de escândalos inventados e outras peripécias para as quais há de haver fábulas menos piedosas. La Fontaine, aliás, escreveu uma série de historietas com que caricaturou e desmascarou as gentes da época, muitas delas envolvendo padres e freiras. No final da vida, hélas, rejeitou-as a conselho do padre confessor.
Compreendo o desejo de dar aos filhos as melhores oportunidades, e entre elas a melhor escola. Sim, compreendo. Mas a vida não é só isso, e de certeza que não é isso que está na base da ideia da escola para todos. Não estou a falar de universidades, isso é toda uma outra história. Podia contar exemplos que vivi pessoalmente, uns dolorosos outros divertidos, patéticos até, mas isso não seria mais do que chover no molhado. Professores que não esquecerei, por bons e maus motivos, cumplicidades e inimizades, tropelias e disparates. E o mesmo multiplicado por três filhos com as suas histórias e ziguezagues.
Detesto os rankings das escolas. Detesto, pronto. E assim de repente lembro-me dos Contos Exemplares de Sophia de Mello Breyner. A vida não está nos clichés e nas versões oficiais. Felizmente é muito mais rica e complicada. E às vezes maravilhosa.
 
 
 

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