RECORDAR PARA MELHOR COMPREENDER

RECORDAR PARA MELHOR COMPREENDER

Bob Dylan: compositor, tocador, cantor e escritor

E por tudo isto é também o primeiro nobel da literatura a receber semelhante distinção no mundo da música. Robert Allen Zimmerman, é o seu nome de nascença, mas desde cedo quis ser Bob Dylan em homenagem ao poeta Dylan Thomas, de quem devorava todos os poemas que dele apareciam. De Minnesota deu o salto para Nova Yorque onde conheceu o cantor-activista Woody Guthrie. Cantou-o até mais não e aos poucos entrou no estilo dos blues e do folk. Como ele próprio afirmou "quem quer compor canções deveria escutar tanta música folk, estudar a sua forma e estrutura e todo o material que existe desde há 100 anos". A Academia Sueca concedeu a distinção ao músico “por ter criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção”. E bem pode dizer-se que está certa a academia pois é o mesmo Bob Dylan que se gosta de ver pertencente a uma irmandade de escritores cujas suas raízes estão no country puro, no blues e na estirpe folk de Guthrie, da família Carter, Robert Johnson y dezenas de "baladistas" escoceses e ingleses.

Marsuilta associa-se à distinção da academia sueca e traz à memória letras de várias canções de Bob Dylan, bem como uma entrevista que concedeu em 2004 e ainda outros link´s onde se pode conhecer o mundo de Dylan. Enquanto dele se escreve, ele continua a dar concertos e a escrever diariamente, um hábito que guarda desde há muito tempo.

http://elpais.com/diario/2004/05/01/babelia/1083366381_850215.html?rel=mas

http://bigslam.pt/noticias/homenagem-do-bigslam-ao-vencedor-do-premio-nobel-de-literatura-de-2016-bob-dylan/

http://cultura.elpais.com/cultura/2016/10/13/actualidad/1476381455_398709.html

http://observador.pt/especiais/bob-dylan-esta-do-lado-certo-da-historia/

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ACONTECE, ACONTECEU OU VAI ACONTECER



Ciclo de cinema no CCB - Lisboa

Próximos filmes: 18 março O LEOPARDO Luchino Visconti (1963)
14 abril OS DEZ MANDAMENTOS Cecil B. DeMille (1956)
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Carlos Paredes - Evocação e Festa da Amizade

Esta evocação realiza-se no dia 19 de Fevereiro, pelas 15 horas, na Salão d' A Voz do Operário, em Lisboa e é organizado pela Associação Conquistas da Revolução.

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Tertúlias em Ciência

Céu e Mar "Making of", acontece no dia 15 de fevereiro, pelas 17 horas (C4.piso3).

Esta sessão promovida pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem a responsabilidade organizativa de Pedro Ré.

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Vanguardas e neovanguardas na arte portuguesa - Séculos XX e XXI. esta é a nova exposição que está patente de terça a domingo no museu nacional de arte contemporânea, em lisboa.

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XXI Exposição de Pintura e Escultura

Esta exposição que mostra obras de vários artistas de arte contemporânea portugueses vai decorrer no Clubhouse do Golfe, nos dias 11, 12 e 18 e 19 de Fevereiro, aos sábados e domingos, das 12h00 às 20h00. A organização está a cabo do Belas Clube de Campo, do Banco Populare a daPrivate Gallery .

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quinta-feira, 31 de março de 2016

brasil de hoje faz lembrar brasil de 1964

em dia de mobilização contra o golpe no brasil importa lembrar o que foi a sublevação de 64 e a consequente deposição do presidente legítimo no que resultou numa sangrenta ditadura por 20 anos. é este tempo que o presidente do PT, rui falcão, lembra na sua crónica que marsuilta dá a conhecer.


Estávamos em março de 1964. Desde a posse do presidente João Goulart, em agosto de 1961, sob um parlamentarismo de ocasião que seria revogado meses depois por um plebiscito, o País vivia uma saudável ebulição política e cultural.
Estudantes, intelectuais, marinheiros, cabos e soldados, trabalhadores do campo e da cidade mobilizavam-se em defesa das “reformas de base”: agrária, universitária, bancária, política, educacional. Os sindicatos se unificavam em centrais, a sindicalização rural avançava, surgiam as Ligas Camponesas.
Com o apoio dos Estados Unidos, que financiava institutos de doutrinação e de apoio eleitoral a candidatos da direita, sob o pretexto de combater a “ameaça comunista” e a “república sindicalista”, um golpe era articulado entre o empresariado, a grande mídia, setores da Igreja Católica e no interior das Forças Armadas.
Em 13 de março, sob intensa pressão da esquerda, do movimento estudantil e dos sindicatos, o presidente Jango, no comício da Central do Brasil, apresenta um programa de ação que incluía desapropriação de terras para a reforma agrária e controle da remessa de lucros para o exterior, entre outras bandeiras populares.
Foi a senha e o pretexto para os golpistas precipitarem seu movimento. Entre 31 e 1º. de abril, tropas militares partindo de Minas Gerais iniciam a sublevação, que culminou com a deposição do presidente legítimo e a posse de um general em seu lugar.
O sempre ostentado dispositivo político-militar do presidente Jango, que setores da esquerda julgavam capaz de esmagar o golpe, nem chegou a ser acionado. Um esboço de resistência foi logo abafado, não só porque o presidente partira para o exílio no Uruguai, mas porque lideranças partidárias orientavam a “não aceitar provocações”…
O golpe de 31 de março/1º. de abril foi desfechado em nome do combate à corrupção – e nunca se viu tanta roubalheira naquele período. Dizia-se também em defesa da democracia– e daí resultou uma ditadura sanguinária, que durou mais de 20 anos.
Os políticos que apoiaram o golpe foram sucessivamente cassados, um a um, desfazendo as ilusões de que, encerrada a intentona, as eleições de 1965, afinal canceladas, poderiam eleger um deles presidente.
Um golpe está de novo em andamento. Motiva-o, mais uma vez, a ascensão das lutas populares, a conquista de direitos e a disposição dos movimentos sociais organizados e dos democratas de não admitirem nenhum retrocesso. É fácil identificar os golpistas: nos partidos conservadores, na alta burocracia dos poderes do Estado, nos empresários do grande capital e seus funcionários nas entidades de classe. A mídia monopolizada é seu partido e porta-voz.
Desta vez, os militares cumprem rigorosamente seu papel constitucional, avessos no momento ao chamamento das vivandeiras saudosas da ditadura.
Um estado de exceção, lentamente gestado no interior do Estado de Direito, ameaça não só a democracia, mas os direitos sociais, políticos, culturais e econômicos. É preciso combatê-lo frontalmente, para que não legitime um processo de impeachment sem qualquer lastro legal ou constitucional.
No dia 31 próximo vamos novamente às ruas para defender a democracia, o mandato da presidenta Dilma e mudanças na política econômica. É hora, também, de dialogar com os parlamentares, num processo de convencimento para que não votem contra o Brasil. Só a mobilização nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas, no campo e a vigilância permanente dos democratas podem barrar o golpe.
 

quarta-feira, 30 de março de 2016

10 coisas que o Brasil inteiro precisa saber

marsuilta apresenta aqui as 10 razões que igor fuser diz a todos os brasileiros e a todo o mundo precisar de conhecer : "É preciso avisar todos os brasileiros, informar de um modo tão claro e objetivo que até as carrancas do Rio São Francisco tenham conhecimento de que: 


1. O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção. Dilma não é acusada de roubar um único centavo. O pretexto usado pelos políticos da oposição para tentar afastá-la do governo, a chamada “pedalada fiscal”, é um procedimento de gestão do orçamento público de rotina em todos os níveis de governo, federal, estadual e municipal, e foi adotado nos mandatos de Fernando Henrique e de Lula sem qualquer problema. Ela, simplesmente, colocou dinheiro da Caixa Econômica Federal em programas sociais, para conseguir fechar as contas e, no ano seguinte, devolveu esse dinheiro à Caixa. Não obteve nenhum benefício pessoal e nem os seus piores inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção.
 
2. O impeachment é um golpe justamente por isso, porque a presidente só pode ser afastada se estiver comprovado que ela cometeu um crime - e esse crime não aconteceu, tanto que, até agora, o nome de Dilma tem ficado de fora de todas as investigações de corrupção, pois não existe, contra ela, nem mesma a mínima suspeita.
 
3. Ao contrário da presidenta Dilma, os políticos que pedem o afastamento estão mais sujos que pau de galinheiro. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que como presidente da Câmara é o responsável pelo processo do impeachment, recebeu mais de R$ 52 milhões só da corrupção na Petrobrás e é dono de depósitos milionários em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais. Na comissão de deputados que analisará o pedido de impeachment, com 65 integrantes, 37 (mais da metade!) estão na mira da Justiça, investigados por corrupção. Se eles conseguirem depor a presidenta, esperam receber, em troca, a impunidade pelas falcatruas cometidas.

                                         foto de lula marques

4. Quem lidera a campanha pelo impeachment é o PSDB, partido oposicionista DERROTADO nas eleições presidenciais de 2014. Seu candidato, Aecio Neves, alcançar no tapetão o mesmo resultado político que não foi capaz de obter nas urnas, desrespeitando o voto de 54.499.901 brasileiros e brasileiras que votaram em Dilma (3,4% mais do que os eleitores de Aecio no segundo turno).
 
5. Se o golpe se consumar, a oposição colocará em prática todas as propostas elitistas e autoritárias que Aecio planejava implementar se tivesse ganho a eleição. O presidente golpista irá, com toda certeza, mudar as leis trabalhistas, em prejuízo dos assalariados; revogar a política de valorização do salário mínimo; implantar a terceirização irrestrita da mão-de-obra; entregar as reservas de petróleo do pré-sal às empresas transnacionais (como defende o senador José Serra); privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal; introduzir o ensino pago nas universidades federais, como primeiro passo para a sua privatização; reprimir os movimentos sociais e a liberdade de expressão na internet; expulsar os cubanos que trabalham no Programa Mais Médicos; dar sinal verde ao agronegócio para se apropriar das terras indígenas; eliminar a política externa independente, rebaixando o Brasil ao papel de serviçal dos Estados Unidos. É isso, muito mais do que o mandato da presidenta Dilma ou o futuro político de Lula, o que está em jogo na batalha do impeachment.
 
6. É um engano supor que a economia irá melhorar depois de uma eventual mudança na presidência da república. Todos os fatores que conduziram o país à atual crise continuarão presentes, com vários agravantes. A instabilidade política será a regra. Os líderes da atual campanha golpista passarão a se digladiar pelo poder, como piranhas ao redor de um pedaço de carne. E Dilma será substituída por um sujeito fraco, Michel Temer, mais interessado em garantir seu futuro (certamente uma cadeira no Supremo Tribunal Federal) e em se proteger das denúncias de corrupção do que em governar efetivamente. A inflação continuará aumentando, e o desemprego também.
 
7. No plano político, o Brasil mergulhará num período caótico, de forte instabilidade. A derrubada de uma presidenta eleita, sacramentada pelo voto, levará o país em que, pela primeira vez desde o fim do regime militar, estará à frente do Executivo um mandatário ilegítimo, contestado por uma enorme parcela da sociedade.
 
8. O conflito dará a tônica da vida social. As tendências fascistas, assanhadas com o golpe, vão se sentir liberadas para pôr em prática seus impulsos violentos, expressos, simbolicamente, nas imagens de bonecos enforcados exibindo o boné do MST ou a estrela do PT e, de uma forma mais concreta, nas invasões e atentados contra sindicatos e partidos políticos, nos ataques selvagens a pessoas cujo único crime é o de vestir uma camisa vermelha. O líder dessa corrente de extrema-direita, o deputado Jair Bolsonaro, já defendeu abertamente, num dos comícios pró-impeachment, que cada fazendeiro carregue consigo um fuzil para matar militantes do MST.
 
9. Os sindicatos e os movimentos sociais não ficarão de braços cruzados diante da truculência da direita e da ofensiva governista e patronal contra os direitos sociais durante conquistados nas últimas duas décadas. Vão resistir por todos os meios – greves, ocupações de terras, bloqueio de estradas, tomada de imóveis, e muito mais. O Brasil se tornará um país conflagrado, por culpa da irresponsabilidade e da ambição desmedida de meia dúzia de políticos incapazes de chegar ao poder pelo voto popular. Isso é o que nos espera se o golpe contra a presidenta Dilma vingar.
 
10. Mas isso não acontecerá. A mobilização da cidadania em defesa da legalidade e da democracia está crescendo, com a adesão de mais e mais pessoas e movimentos, independentemente de filiação partidária, de crença religiosa e de apoiar ou não as políticas oficiais. A opinião de cada um de nós a respeito do PT ou do governo Dilma já não é o que importa. Está em jogo a democracia, o respeito ao resultado das urnas e à norma constitucional que proíbe a aplicação de impeachment sem a existência de um crime que justifique essa medida extrema. Mais e mais brasileiros estão percebendo isso e saindo às ruas contra os golpistas. Neste dia 31 de março, a resistência democrática travará mais uma batalha decisiva.
 
É essencial a participação de todos, em cada canto do Brasil, Todos precisamos sair às ruas, em defesa da legalidade, da Constituição e dos direitos sociais. Todos juntos! O fascismo não passará! Não vai ter golpe!

 ver original da notícia em: http://www.alainet.org/es/node/176329
  O texto incorpora trechos de artigos de Jeferson Miola e de Fabio Garrido. Igor Fuser é professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).

sábado, 26 de março de 2016

entrevista de noam chomsky

noam chomsky deu uma entrevista ao site truthout e  abordou as próximas eleições nos estados unidos, que considera decisivas e de uma importância enorme. chomsky diz ainda que "não podemos ignorar que chegamos a um momento único na história da humanidade". marsuilta dá a conhecer esta entrevista muito oportuna, que saiu no blog português odiario.info.


Vivemos tempos críticos e dramáticos. O neoliberalismo continua a ser a doutrina político-económica suprema enquanto as sociedades continuam a deteriorar-se à medida que se reduzem os investimentos públicos e os programas e serviços sociais para que os ricos possam enriquecer ainda mais. Ao mesmo tempo o autoritarismo político está no auge e na opinião de alguns estão criadas as condições para a emergência de um regime protofascista. Entretanto, aumenta a ameaça da mudança climática devido à ausência de valores e de visão de futuro dos dirigentes políticos para avançarem com programas energéticos alternativos, pondo assim em perigo o futuro da civilização humana.
Por isso e por outras razões, as eleições presidenciais norte-americanas de 2016 são a chave para o futuro desse país e do mundo. De facto, esta pode ser a ultima oportunidade que os Estados Unidos têm de eleger um presidente que queira mudar o curso da sua política interna e externa, embora haja poucas possibilidades do que isso aconteça, se tivermos em conta a actual paisagem politica.
Com efeito, como declarou Noam Chomsky ao Truthout nesta entrevista exclusiva, os candidatos políticos às eleições presidenciais de 2016 mal abordam os problemas fundamentais que o país e o mundo enfrentam. Entretanto, o auge do trumpismo e a luta dos candidatos republicanos a ver qual é o mais racista e extremista são reflexo das ideias muito arreigadas de «perda e de medo» em muitos norte-americanos.
Na opinião de Chomsky estas eleições são decisivas e têm uma importância enorme.
C.J. Polychroniou: Noam, comecemos por analisar como se desenrolam as eleições presidenciais de 2016 quanto à situação do país e o papel que desempenham nos negócios globais, assim como as opiniões ideológicas expressas por alguns dos principais candidatos dos dois partidos.
Noam Chomsky:
Não podemos ignorar que chegamos a um momento único na história da humanidade. Pela primeira vez há que tomar decisões imediatas que, literalmente, determinarão as possibilidades de uma sobrevivência humana decente num futuro não distante.
Já tomamos esta decisão para um grande número de espécies. A destruição de espécies está ao nível de há 65 milhões de anos, a época da quinta extinção que acabou com a era dos dinossauros. Isso também abriu caminho para os pequenos mamíferos e em ultima instância a nós, uma espécie com capacidades únicas, incluindo, desgraçadamente a capacidade de destruir fria e selvaticamente.
Joseph de Maistre, um autor reaccionário do século XIX, contrário à ilustração, criticou Thomas Hobbes por adoptar a locução latina «o homem é o lobo do homem», já que a considerava injusta para com os lobos, que não matam por prazer. Esta capacidade estende-se a autodestruição, algo de que agora testemunhamos. Supõe-se que a quinta extinção foi causada por um asteroide descomunal que chocou contra a Terra. Agora somos nós o asteróide. O impacto sobre os seres humanos já é significativo e dentro em breve será incomparavelmente pior, a menos que se comecem já a tomar decisões imediatas. É cada vez maior o risco de uma guerra nuclear, uma sombra sinistra que continua a pairar sobre todos nós. Isso deveria acabar com qualquer outra discussão. Devemos lembrar a resposta de Einstein quando lhe perguntaram que armas usariam na próxima guerra. Respondeu que não sabia, mas que a guerra seguinte seria à pedrada. Se examinarmos os antecedentes vemos ser quase um milagre que até agora se tenha evitado o desastre, e os milagres não duram sempre. Desgraçadamente, é também demasiado evidente que o risco é cada vez maior.
Felizmente, há outras capacidades que contrariam as destrutivas e suicidas da natureza humana, Há boas razões para crer que figuras importantes como David Hume e Adam Smith e o pensador e activista anarquista Peter Kropotkin tinham razão ao achar que a simpatia e o auxílio mútuo eram propriedades essenciais da natureza humana. Já Vamos descobrir quais as características que se evidenciam.
Voltando à pergunta, vejamos como estão a abordar estes problemas essenciais no grande espectáculo das eleições. O mais surpreendente é que nenhum dos partidos sequer lhes toca.
Vejamos o espectáculo das primárias republicanas. Os comentaristas quase não conseguem ocultar o seu desgosto e preocupação pelo que as primárias nos dizem sobre o país e a civilização contemporânea. Mas, os candidatos responderam a essas perguntas cruciais. Ou negam o aquecimento global e insistem em que não se pode fazer nada, com o que pretendem na realidade precipitar-nos ainda mais depressa no abismo.
Embora existam políticas previsíveis, parecem decididos a aumentar o confronto militar e as ameaças. Só por essas razões a organização republicana (temos duvidas em chamar-lhe partido politico no sentido tradicional) pressupõe uma ameaça embrulhada e verdadeiramente espantosa para a espécie humana e para as outras, que se transformam em «danos colaterais» quando a inteligência superior segue em frente na sua trajectória suicida.
É o lado democrata que pelo menos reconhece o perigo da catástrofe ambiental, embora haja poucas propostas políticas de peso. Não se encontrou qualquer posição clara nos programas de Obama para melhorar o arsenal nuclear, ou em assuntos tão críticos como os rápidos (e mútuos) preparativos militares nas fronteiras russas.
Em geral, as posições ideológicas dos candidatos republicanos parecem ser mais do mesmo: encher os bolsos dos ricos e dar uma sapatada nos outros. Os dois candidatos democráticos vão desde o estilo New Deal do programa de Sanders à versão «novo democrata/republicano moderado» de Clinton, que se escora levemente na esquerda sob o impacto do desafio de Sanders. Sobre os assuntos internacionais e as tarefas imensas que enfrentamos, no melhor dos casos parece ser «mais do mesmo».
C:J Polychroniou: Na sua opinião, o que é que levou Trump ao auge, não será mais um daqueles personagens típicos de extrema-direita populista que costumam aparecer na história sempre que as nações enfrentam graves crises económicas ou de decadência nacional?
Noam Chomsky:
Se os Estados Unidos enfrentam uma «decadência nacional» é auto-infligida. É certo que provavelmente os Estados Unidos não podem manter o poder extraordinariamente hegemónico do período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, mas continuam a ser o país potencialmente mais rico do mundo, com uma vantagen e uma segurança incomparáveis – a nível militar quase iguala o resto do mundo, além de ser muito mais avançado tecnologicamente que qualquer rival.
Parece que o atractivo de Trump se baseia largamente nas ideias de perda e de medo. O ataque neoliberal às populações do mundo, que tem quase sido prejudicial e frequentemente de modo muito grave, não deixou de afectar os Estados Unidos, embora de certo modo tenha resistido mais que outros países. A maioria da população sofreu uma paragem ou uma deterioração, embora tenha acumulado uma riqueza extraordinária e ostensiva em muito poucos bolsos. O sistema democrático formal sofreu as consequências habituais das políticas socioeconómicas, neoliberais e encaminha-se para uma plutocracia.
Recordemos os pormenores sombrios, por exemplo o não aumento dos salários reais masculinos durante 40 anos e o facto de que desde a última quebra financeira aproximadamente 90% da riqueza criada foi para 1% da população. O facto de a maioria da população (as pessoas com menos recursos) está de facto privada do direito de voto no sentido de que os seus representantes ignoram as suas opiniões e preferências, e prestam atenção aos super ricos que lhes proporcionam fundos e os caminhos do poder. O facto de os Estados Unidos, com todas as suas evidentes vantagens, se encontram quase nos últimos lugares dos 31 países da OECD (siglas em inglês para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos) juntamente com a Turquia, Grécia e México, em assuntos como a desigualdade, a escassez de benéficos sociais e alto índice de pobreza.
Os partidários de Trump (que parecem pertencer, predominantemente, à camada média-baixa e classe trabalhadora com menos educação) reagem em parte à ideia, em grande medida exacta, que ficaram esquecidos pelo caminho, pura e simplesmente. Apesar de tanto índice de depressão, como o sofrimento, serem muito altos entre a classe trabalhadora havia um sentimento de esperança, a certeza que alguma maneira sairíamos disto juntos. Dava-lhes força os êxitos do activismo combativo, operário que conseguia actuar conjuntamente com partidos activos de esquerda e com outras organizações. Um governo bastante compreensivo respondeu com medidas construtivas embora sempre estivesse limitado pelo enorme poder dos democratas do Sul, que estavam dispostos a tolerar medidas do Estado de bem-estar sempre e quando se marginalizasse a população negra que depreciavam. É importante destacar que havia a sensação de que o país se encaminhava para um futuro melhor. Tudo isso falta hoje em dia, principalmente devido ao êxito que tiveram os duros ataques à organização operária que se iniciou quando acabou a guerra.
Além disso, Trump tem um grande apoio da parte dos nativistas e racistas [1]. Vale a pena recordar que, como demonstram de modo convincente os estudos comparativos de George Fredrickson, os Estados Unidos são um dos lugares em que a supremacia branca é mais forte, mesmo mais que na Africa do Sul. Os Estados Unidos nunca superaram a Guerra Civil e o horrendo legado de opressão dos afro-americanos durante 500 anos. Existe também um longo historial de alusões à pureza anglo-saxónica ameaçada por ondas de emigrantes (e pela liberdade dos negros) e, também para as mulheres, o que não é aceite nos sectores patriarcais). Os partidários de Trump que são maioritariamente brancos, podem ver que está a desaparecer diante dos seus olhos a sua imagem de uma sociedade dirigida por brancos e para muitos, por homens brancos). Também vale a pena recordar que ainda que os Estados Unidos sejam um pais bastante seguro e fiável, também é positivamente o mais assustado do mundo, outra característica da sua cultura que tem uma longa história.
Factores como estes misturam-se numa perigosa amálgama. Repassando simplesmente os últimos anos, num livro de há mais de uma década citava o eminente académico de história alemã Fritz Stern que escreveu no jornal da classe dominante Foreign Affairs sobre «a decadência na Alemanha que ia desde a descendência até à barbárie nazi» e Fritz Stern acrescentava enfaticamente «Hoje preocupo-me com o futuro imediato dos Estados Unido, o país que acolheu os refugiados de língua alemã na década de 1930», inclusive a ele. Com umas repercussões para ele aqui e agora que não poderiam passar despercebidas a nenhum leitor atento, Stern revia o demoníaco apelo de Hitler à sua missão divina» como «salvador da Alemanha» numa transfiguração pseudo religiosa da política adaptada às «formas cristãs tradicionais» que regem um governo dedicado aos «princípios básicos da nação, com o «Cristianismo como a base da nossa moral nacional e a família como base da vida nacional». Além disso, a hostilidade de Hitler para com o estado laico liberal, que uma grande parte do clero protestante partilhava, impulsionou um «processo histórico em que o ressentimento para com um mundo laico desencantado encontrou a sua libertação na extasiada fuga da sem-razão.
As ressonâncias contemporâneas são indubitáveis
Desde então não faltaram razões para nos preocuparmos com o futuro dos Estados Unidos. Podemos lembrar por exemplo, o manifesto eloquente e comovedor que Joseph Slack nos deixou, quando se suicidou ao atirar a avioneta contra os escritórios do Serviço de Impostos Internos (Serviço de impostos do governo federal norte americano). No manifesto a sua amarga história de trabalhador que tudo fizera para respeitar as normas e fora esmagado pela corrupção e a brutalidade do sistema corporativo e das autoridades estatais. Falava por muitas pessoas. Na generalidade foi ignorado e ridicularizado, mas deveria ter sido levado a sério, juntamente com outros indícios claros do que estava a acontecer.

terça-feira, 22 de março de 2016

emails de hillary clinton revelam verdadeiras intenções dos eua na líbia

o correio electrónico da agora candidata a presidente dos eua, hillary clinton, veio mostrar as verdadeiras intenções dos eua na intervenção na líbia, que não passaram, como na altura tanto se propagandeou, pela protecção do povo líbio de um ditador e por razões humanitárias, mas sim interesses à volta do dinheiro, poder e petróleo. o artigo de ellen brown, advogada e fundadora do Public Banking Institute, tendo escrito livros que analisam a solução da banca pública.




Los emails de Hillary Clinton revelan el plan secreto de EE.UU en Libia


Dinero, poder y petróleo

Traducido  por Paco Muñoz de Bustillo.








Hace tiempo que los críticos cuestionan que la intervención violenta en Libia fuera necesaria. Los correos electrónicos de Hillary Clinton que recientemente han visto la luz confirman que toda la operación no tuvo tanto que ver con proteger al pueblo libio de un dictador como con el dinero, la banca y abortar el proceso hacia la soberanía económica africana. Los medios de comunicación calificaron la breve visita de Hillary Clinton a Libia en octubre de 2011 como una “vuelta al ruedo”. “¡Llegamos, vimos, murió!” alardeó Hillary en una entrevista concedida a la CBS cuando se supo de la captura y brutal asesinato del líder libio Muamar el Gadafi.
Pero la vuelta al ruedo fue prematura, según opinan Scott Shane y Jo Becker en el New York Times. El Departamento de Estado de EE.UU. relegó a Libia a un segundo plano “mientras el país se desintegraba en un caos que desembocaría en una guerra civil cuyas consecuencias fueron la desestabilización de la región, lo que alimentó la crisis de refugiados en Europa y permitió que el Estado Islámico estableciera una base segura en el país, que Estados Unidos ahora intenta desesperadamente contener”.
EE.UU. y la OTAN justificaron su intervención por razones humanitarias cuando se conocieron informes de atrocidades masivas; pero las organizaciones de derechos humanos cuestionaron estas afirmaciones tras averiguar la falta de evidencias. Sin embargo, en la actualidad sí que están teniendo lugar atrocidades verificables. En palabras de Dan Kovalik en el Huffinton Post, “la situación de los derechos humanos en Libia es desastrosa y miles de detenidos [incluyendo niños] se pudren en cárceles sin ser sometidos a un proceso judicial […] Los secuestros y asesinatos planificados están fuera de control”.
Antes de 2011, Libia había conseguido la independencia económica, contaba con su propia agua, su propia alimentación, su propio petróleo, su propio dinero y su propio banco estatal. Con Gadafi, había dejado de ser uno de los países más pobres para convertirse en el más rico de África. La educación y los tratamientos médicos eran gratuitos; la vivienda se consideraba parte de los derechos humanos y los libios participaban en un original sistema de democracia local. El país se jactaba de tener el sistema de irrigación más grande del mundo, el proyecto del Gran Río Artificial, que trasportaba agua desde el desierto a las ciudades y las zonas costeras; Gadafi estaba embarcado en un programa para extender este modelo por toda África. 

 

Leyenda: En ventana, de izda. a dcha: Recursos acuíferos - Agua subterránea - Embalses o depósitos - Tubería terminada / planificada 

Mapa recuadro inferior izqda: Grandes sistemas acuíferos



Pero eso fue antes de que las fuerzas de EE.UU. y la OTAN bombardearan el sistema de irrigación y crearan el caos en el país. Hoy en día, la situación es tan desesperada que el presidente Obama ha pedido a sus asesores que le presenten opciones, incluyendo un nuevo ataque militar, y parece que el departamento de defensa está listo para llevar a cabo “cualquier tipo de operación militar que se precise“.
Es evidente que la “vuelta al ruedo” de la secretaria de Estado fue prematura, si consideramos que, oficialmente, la intervención se hizo por motivos humanitarios. Pero sus correos electrónicos recientemente desvelados muestran otros objetivos ocultos detrás de la guerra de Libia, y parece que estos sí se consiguieron.
¿Misión cumplida?
Un tercio de los 3.000 correos electrónicos del servidor privado de Hillary Clinton que vieron la luz a finales de diciembre de 2015 proceden de su asesor de confianza Sidney Blumenthal, el abogado que defendió a su marido en el caso de Mónica Lewinsky. Uno de ellos, datado el 2 de abril de 2011, dice entre otras cosas:
“El gobierno de Gadafi guarda 143 toneladas de oro y una cantidad similar de plata… Este oro fue acumulado con anterioridad a la rebelión en curso y pensaba utilizarse para establecer una moneda panafricana basada en el dinar libio. El plan tenía como objetivo proporcionar a los países africanos francófonos una alternativa al franco CFA .
En un “comentario de fuente”, el correo electrónico desclasificado añade:
“Según algunos expertos, estas cantidades de oro y plata están valoradas en más de 7.000 millones de dólares. Agentes de inteligencia franceses descubrieron este plan poco después de que se iniciara al actual levantamiento, y ese fue uno de los factores que influyeron la decisión del presidente francés Nicolás Sarkozy de involucrar a Francia en el ataque a Libia. Según estos expertos, los planes de Sarkozy estaban motivados por el deseo de:
1- Conseguir una cuota mayor de la producción petrolera libia.
2- Aumentar la influencia francesa en el norte de África.
3- Mejorar la situación política interna en Francia.
4- Proporcionar al ejército francés la oportunidad de reafirmar su posición en el mundo.
5- Abordar las preocupaciones de sus asesores sobre los planes de Gadafi de suplantar a Francia como potencia dominante en el África francófona.”
Tal y como puede observarse, no existe mención alguna a preocupaciones humanitarias. Los objetivos son dinero, poder y petróleo.
El periodista de investigación Robert Parry proporciona más detalles explosivos de los correos recién publicados. Entre ellos, la admisión de crímenes de guerra cometidos por los rebeldes, la presencia de asesores estadounidenses de operaciones especiales en Libia casi desde el comienzo de las protestas y la existencia de grupos de Al-Qaeda dentro de la oposición respaldada por EE.UU. Se reconoce que la propaganda que justificó la intervención violenta se basó en meros rumores. Parry sugiere que, en un principio, pudieron haber sido creados por el propio Blumenthal. Entre estos asuntos estaría la extraña afirmación de que Gadafi contaba con una “policía violadora” relacionada con el reparto de Viagra entre sus tropas, una acusación planteada posteriormente por la embajadora de EE.UU., Susan Rice, ante la ONU. Parry pregunta retóricamente:
“¿Creen ustedes que para la administración Obama habría sido más fácil conseguir que el público apoyara este “cambio de régimen” explicando que los franceses querían saquear la riqueza libia y mantener la influencia neocolonial francesa en África, o que los estadounidenses responderían mejor si la propaganda difundía que Gadafi estaba distribuyendo Viagra entre sus tropas para que pudieran violar a más mujeres mientras sus francotiradores mataban a más niños inocentes? ¡Bingo!”
El derrumbe del sistema financiero global
Los intereses occidentales no se tomaron a la ligera la iniciativa de Gadafi de establecer una moneda africana independiente. Sarkozy afirmó en 2011 que el líder libio suponía una amenaza para la seguridad financiera en el mundo. ¿Cómo podría ese diminuto país de 6 millones de habitantes constituir tamaña amenaza? Vamos a situarlo dentro de contexto.
En las economías occidentales, son los bancos y no los gobiernos los que crean la mayor parte del dinero, como recientemente reconoció el Bank of England. Esto ha ocurrido así desde hace siglos, mediante el proceso conocido como préstamos sobre la “reserva fraccional”. En su origen, estas reservas eran en oro. Pero en 1933, el presidente de EE.UU. Franklin Roosvelt sustituyó a nivel interno el oro por reservas creadas por el banco central, aunque el oro continuó siendo la reserva de moneda a escala internacional.
El 1944, se crearon el Fondo Monetario Internacional y el Banco Mundial en Bretton Woods, New Hampshire, para unificar a escala global este sistema de dinero creado por los bancos. Una regla del FMI afirmaba que ningún dinero en papel podía tener respaldo en oro. El suministro de dinero creado de forma privada mediante las deudas que generan un interés exige la existencia de una incorporación continua de deudores y a lo largo del siguiente medio siglo la mayor parte de los países en vías de desarrollo acabaron endeudados con el FMI. Los préstamos estaban vinculados a determinados requisitos, entre los que se encontraban la implantación de programas de “ajuste estructural” que implicaban medidas de austeridad y la privatización de activos públicos.
Después de 1944, el dólar estadounidense se equiparó al oro pudiendo usarse ambos indistintamente como reserva de moneda global. En la década de los setenta, cuando ya no fue capaz de mantener el respaldo en oro para el dólar, Estados Unidos hizo un trato con la OPEP (Organización de Países Exportadores de Petróleo) para “respaldar” el dólar con petróleo, dando lugar al “petrodólar”. El petróleo se vendería exclusivamente en dólares estadounidenses, que se depositarían en Wall Street y otros bancos internacionales.
En 2011, descontento con la reducción del valor de los dólares que la OPEP obtenía por su petróleo, el Irak de Saddam Hussein rompió el pacto y empezó a vender petróleo en euros. Al poco tiempo se produjo el cambio de régimen, acompañado por la destrucción generalizada del país.
También en Libia, Gadafi rompió el pacto. Pero él no se limitó a vender su petróleo en otra moneda. Todos estos acontecimientos son explicados en detalle por el bloguero Denise Rhyne:
“Durante décadas, Libia y algunos países africanos han intentado crear un patrón oro panafricano. Gadafi y otros jefes de Estado deseaban una “moneda fuerte” independiente y panafricana.
Bajo el liderazgo de Gadafi, las naciones africanas se han reunido al menos en dos ocasiones para buscar esa unificación monetaria. Los países debatieron la posibilidad de utilizar el dinar libio y el dírham de plata como las únicas monedas posibles para comprar petróleo africano.
Hasta la reciente invasión de EE.UU. y la OTAN, el Banco Central de Libia (BCL) emitía la moneda del país. Este banco era independiente y pertenecía en su totalidad al Estado. Todos los extranjeros tenían que utilizarlo para hacer negocios con Libia. El BCL emitía dinares utilizando las 143,8 toneladas de oro del país.
Gadafi (que presidió la Unión Africana en 2009) ideó y financió un plan para unificar los Estados soberanos de África con una moneda basada en el patrón oro (los Estados Unidos de África). En 2004, el Parlamento Panafricano (que congregaba a 53 naciones) estableció los planes tendentes a crear la Comunidad Económica Africana, que tendría una sola moneda-oro en 2023.
Las naciones africanas productoras de petróleo planeaban abandonar el petrodólar y exigir el pago en oro para su petróleo y su gas”.

segunda-feira, 21 de março de 2016

dia mundial da poesia

"a poesia está em todos os lugares onde estamos, como uma sombra do que vemos, pensamos, dizemos, somos". quem o escreveu foi o escritor josé luís peixoto, na mensagem que deixou para a homenagem ao poeta josé régio, num manifesto intitulado A palavra feita de palavras. Poesia em Régio - que será lida no grande auditório do centro de artes e espetáculo, em portalegre, pelo ator rui mendes . marsuilta deixa aqui um primeiro poema, precisamente de josé régio e ao longo do dia, outros serão também partilhados.



quando morrer
 
pois não sei quando morrerei
sei que te pedi para

a morte me receber inteira
.

a existência em cada movimento
trará para ti a certeza

que parti. na terra não quero ficar
convencida (que) estou

que nela não saberei sonhar
.

não tombarei, no entanto,
nem o silêncio vencerá,

pelo contrário, o vento
trará a minha voz

sempre e sempre em cada alvorada
.

Será no firmamento maior da vida
que verás como parti,

e, finalmente, sentirás
o beijo mais longo

dentro de ti e o nada
da palavra sempre


martahluís 2014


 
refúgio

quisera-me quieta ficar ali
 
sem nenhum cruzamento de vozes
 
sozinha diante do branco das paredes
 
a passar o tempo numa espera inútil de mim.
 
deixara-me assim estar imperturbável com a noite a correr
 
o meu corpo submergia sob o seu peso e eu permanecia escondida naquele refúgio
 
onde tranquilamente inspirava o ar pesado e penetrante de cada suspiro solitário
 
 transformando o que não existia num esplendor súbito de enlouquecer.
 
perguntava-me então se tudo naquela noite acontecera
 
ou se era verdadeira fantasia a que tinha inventado
 
para esquecer o que não me era suportado
 
no frio daquele refúgio para onde fugira.

martahluís 2016



Portugal

Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,

a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!

*

Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há «papo-de-anjo» que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós...

Alexandre O'Neill, in 'Feira Cabisbaixa'


O Teu Olhar
 
Passam no teu olhar nobres cortejos,
Frotas, pendões ao vento sobranceiros,
Lindos versos de antigos romanceiros,
Céus do Oriente, em brasa, como beijos,
 
Mares onde não cabem teus desejos;
Passam no teu olhar mundos inteiros,
Todo um povo de heróis e marinheiros,
Lanças nuas em rútilos lampejos;
 
Passam lendas e sonhos e milagres!
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres,
Em centelhas de crença e de certeza!
 
E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim,
Amor, julgo trazer dentro de mim
Um pedaço da terra portuguesa!
 
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"  

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"




 
Poema do Silêncio
Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta. 

 Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

sábado, 19 de março de 2016

o brasil encheu-se com manifestações em prol da democracia

em todo o país foram milhões os brasileiros que saíram à rua para exigirem o restabelecimento da democracia depois de terem assistido a várias actos ilegais que mais fizeram lembrar o tempo do fascismo. marsuilta deixa aqui a reportagem do que foram as manifestações por todo o brasil que em uníssono gritou contra o golpe!

 

 

21h - Curitiba, PR"Um, dois, três, Moro no xadrez", cantavam os manifestantes em Curitiba. Os organizadores do ato pró-Dilma na cidade estimam em 20 mil o número de manifestantes. A PM, no entanto, afirma que 5 mil pessoas participaram da atividade. 



20h56 - Teresina, PI

 “Tem muita gente defendendo a política de ódio e intolerância e estamos aqui defendendo a democracia. Não vamos aceitar golpe. Se alguém quiser assumir o poder do país tem de ser pela Constituição, pela vontade do povo. Quem quiser ganhar a eleição de senador, governador, presidente da República tem de ser no voto, na vontade do povo”, disse o governador Wellington Dias (PI), durante ato em defesa da democracia. A manifestação reuniu 5 mil pessoas, segundo estimativas da organização e da Polícia Militar.

20h49 - Brasília, DF

Os manifestantes que participam de ato contra o golpe e em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocuparam todas as faixas do Eixo Monumental, na Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília.

Com gritos de ordem e críticas ao juiz Sérgio Moro, aos partidos de oposição e ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os manifestantes marcham em direção ao Congresso Nacional.

Muitos já estão no gramado em frente à sede do Legislativo. Antes, por cerca de duas horas, eles ficaram concentrados em frente ao Museu da República, onde foi projetada a frase "Não vai ter golpe!!!". A máquina de laser usada para a projeção estava em um carro de som. À medida que o carro andava, a frase ia sendo projetada em outros prédios da Esplanada.



20h45 - Florianópolis, SC
Cerca de cinco mil pessoas, de acordo com a PM, ocupavam a Avenida Paulo Fontes, em Florianópolis. Organizadores do ato pró-democracia calcularam sete mil pessoas.

20h43 - Vitória, ES
Manifestantes se concentraram em frente à Rede Gazeta, afiliada da Rede Globo, em Vitória , durante ato a favor da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A imagem abaixo foi enviada pelo internauta Felipe Machado Cardoso para o UOL Notícias.




20h37 - São Paulo

Por volta das 19h50, o ex-presidente Lula encerrou o seu discurso: "Talvez vocês não tenham noção do bem que vocês fizeram para a democracia brasileira. A melhor coisa que o Brasil produziu é a sua gente. Não aceitem provocação ao voltar para a casa. Quem quiser ficar com raiva que morda o próprio dedo. Nós não vamos aceitar provocação."



20h25 - Curitiba, PR

Manifestantes se concentraram na praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, no final da tarde desta sexta-feira (18). Batizado de #VemPraDemocracia, o ato reunia, no início da noite, segundo a Polícia Militar, cerca de 3,5 mil pessoas estão no local. Os organizadores do evento, porém, estimam 15 mil manifestantes.

Além de se mobilizarem em favor do Governo Federal, os participantes também protestavam contra as decisões do juiz federal Sérgio Moro, que recentemente tornou pública as conversas por telefone da presidente Dilma Rousseff e de Lula, que haviam sido grampeadas. O mote principal do ato é o "Não vai ter golpe".

Também nesta sexta, houve ato em Curitiba contra o Governo Federal e em favor da Lava Jato e do juiz Sergio Moro. Este, contudo, reuniu cerca de 30 pessoas em frente à sede da Justiça Federal. As informações são do BemParaná.

20h20 - Natal, RN
Em Natal, organizadores estimam que cerca de 30 mil pessoas participaram do ato pela democracia. Já a Secretaria de Segurança Pública divulgou que foram 17 mil pessoas nas ruas.

20h15 - Rio de Janeiro, RJ

A Praça XV no Rio de Janeiro está completamente lotada com shows e intervenções em defesa da democracia. Organizadores estimam que cerca de 50 mil pessoas participam do ato.



20h09 - Recife, PE
De acordo com o Diario de Pernambuco, organizadores apontam que o ato convocado pela Frente Popular nesta sexta-feira reuniu cerca de 200 mil pessoas. O grupo saiu em caminhada de três quilômetros do Derby até a Praça da Independência, no bairro da Boa Vista. A manifestação ocorreu em clima tranquilo, e não foram registrados incidentes.

O grupo exibiu bandeiras em defesa a programas sociais do PT e também de críticas ao juiz federal Sérgio Moro. Em alguns momentos, os manifestantes receberam apoio de moradores do local, que chegaram a jogar papel picado e a aplaudir a movimentação.

Para um dos fundadores do Movimento Mangue Beat, Fred 04, a solução é ocupar as ruas. "O mais irritante são os meios de comunicação quando ficam indignados quando dizem que não vai ter golpe. Não vai ter golpe mesmo. Acho que é continuar na rua, a máscara do golpe na Justiça, Ministério Público, no Congresso, na mídia, caiu. Então a única arma que resta para os democratas, pra quem defende a democracia é ir pra rua", argumenta.




sexta-feira, 18 de março de 2016

dia mundial do sono: apenas 1/3 da população mundial tem uma boa noite

comemora-se no dia 18 de março o dia mundial do sono e marsuilta, por conhecer a importância do sono na saúde dos indivíduos faz aqui referência à data. este ano o lema é: uma boa noite de sono é um sonho acessível, só que esta é uma realidade apenas para 1/3 da população mundial, que deste modo vê assim a sua qualidade de vida deteriorar-se.

 
 

Bem-vindo ao world sleep day de 2016, que hoje se assinala.  O bom sono é um um dos pilares da saúde, juntamente com uma dieta equilibrada e exercício físico adequado. Quando o sono não funciona, a saúde degrada-se. Os problemas no sono e os problemas de saúde diminuem a qualidade de vida das pessoas e são uma ameaça para a sua felicidade.
O dia mundial do sono é um evento anual promovido pela associação mundial de medicina do sono, para aumentar a consciencialização sobre os distúrbios do sono e os seus efeitos negativos sobre a vida das pessoas.
A maioria dos distúrbios do sono são evitáveis ​​ou tratáveis, mas menos de um terço dos doentes a nível mundial procura ajuda profissional. Os problemas do sono constituem uma epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de  45% da população do mundo. A melhor compreensão sobre as condições do sono e uma maior investigação nesta área da medicina é essencial para diminuir os números dos distúrbios do sono no mundo.
Os três factores essenciais para um sono de boa qualidade são:
— a duração do sono deve ser suficiente para descansar o suficiente e estar alerta no dia seguinte.
— os ciclos de sono devem ser contínuos, sem interrupção.
— O sono deve ser profundo o suficiente para ser restaurador.

A divulgação desta data é uma oportunidade excelente a nível mundial para unir e mobilizar forças.
A associação mundial de medicina do sono emitiu regras de higiene do sono que estão contidos nos 10 mandamentos do sono. Estas regras destinam-se a preservar um sono profundo através de boas condições ambientais ao nível da temperatura e ruído nos quartos, do conforto das camas, da consciência de que os dispositivos electrónicos podem afectar o bom sono. O objectivo é desenvolver competências nas pessoas para ter um sono adequado que se reflicta no seu bem-estar geral.
A interrupção frequente da função respiratória durante o sono é um distúrbio comum e generalizado, chamado de apneia do sono, que afeta 17% dos homens e 9% das mulheres na meia-idade e idosos. Os centros do sono oferecem procedimentos, emitem diagnósticos e fornecem recomendações para controlar a apneia do sono.
O bom sono facilita a preservação da saúde mental. Os distúrbios do sono são um fator de risco para vários transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade. Por sua vez, o controlo destas doenças melhora a qualidade do sono.
A falta de qualidade do sono pode levar a um deficiente estado de alerta, a problemas de atenção e concentração, a uma reduzida produtividade escolar e académica, aumentando ainda o risco de acidentes de viação.
Voltamos ao lema do dia mundial do sono 2016 ” Uma boa noite de sono é um sonho acessível.”

quarta-feira, 16 de março de 2016

As razões de Lula

Foi das decisões mais difíceis da já longa carreira política do ex-presidente Lula. Ele oscilou várias vezes, mas sua preocupação sempre esteve voltada para o governo da presidente Dilma Rousseff e nunca para as acusações sobre ele. Estas entravam em sua linha de raciocínio somente no sentido de saber como seria a circunstância de estar com um pedido de prisão preventiva e ser nomeado ministro. leia o artigo de opinião de Emir Sader, sociólogo e cientista político brasileiro.


                                          foto:Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

Na própria viagem anterior a Brasília ficou claro que as preocupações de Lula eram com a situação do governo, tanto no sentido de fortalecer a base de apoio, evitando uma ruptura do PMDB, quanto no de contornar as possibilidades de impeachment. A decisão de aceitar a oferta de Dilma junta vários aspectos.
 
O primeiro, a necessidade de recompor a capacidade de articulação do governo, especialmente em relação ao PMDB, pelo próprio caráter pendular e decisivo desse partido na balança da relação de forças no Congresso, com as consequências no apoio ou no isolamento do governo. Sem dúvida essa é uma primeira função que ele se propõe a cumprir.
 
Além disso, a intermediação entre o governo e a esquerda e os movimentos sociais tem sido uma preocupação central de Lula, que chegou a promover a reunião do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, com lideranças partidárias e sindicais em torno das divergências sobre a política econômica. Certamente ele vai tratar de estabelecer pontes permanentes com esses setores, que até aqui tinham visto suas críticas à política econômica ficarem sem efeito no governo.
 
Mas além disso, sem atropelar, Lula vai tratar de que a política econômica do governo mude, senão de forma brusca, pelo menos de forma gradual, mas com sinais seguros de que essa mudança se dará. Seria muito difícil para ele estar no governo sem que esse tema, central em suas divergências, seja alterado.
 
Lula também pode usar suas vias de diálogo com setores do empresariado, que nunca tiveram boas relações com Dilma, ainda mais se houver acenos concretos de que o governo retoma o caminho da recuperação da economia. Junto com o diálogo com o PMDB, foram dois pilares da arquitetura política que Lula tinha montado desde o começo de seu governo e que foram se desfazendo durante o governo Dilma.
 
Embora com a delicadeza que sua situação impõe, Lula também preencherá em parte o vazio de discurso por parte do governo, seja em relação ao que está fazendo, seja também em relação às dificuldades que enfrenta, sua natureza e como pretende enfrentá-las.
 
A presença e a ação de Lula permitirão também a limitação das formas de criminalização da política levadas a cabo pela Lava-Jato e que tinham no próprio Lula uma vítima privilegiada. Na interpretação do juiz Sérgio Moro, ele pretenderia praticamente reescrever a história recente do país – numa caricatura do que aconteceu na Europa, para o que ele se proporia a ser uma espécie de Jânio Quadros, se conseguisse fazer carreira eleitoral , desqualificando as realizações dos governos do PT, que teriam se eleito e se reeleito com recursos desviados da Petrobras. Essa ação passa a ficar limitada agora.
 
Lula se apoia na convicção da maioria da opinião pública, a partir das arbitrariedades cometidas duas vezes contra ele em curto espaço de tempo, de que ele é perseguido e não apenas investigado. Ele reiterará sua disposição de esclarecer todas as acusações no Supremo Tribunal Federal.
 
As iniciativas do impeachment e de alguma forma de parlamentarismo serão também objeto da ação de articulação política de Lula, porque elas só podem prosperar num processo de ruptura do PMDB com o governo, que será objeto de preocupação prioritária e imediata do Lula.
 
Por último, a decisão difícil de aceitar participar do governo da parte de Lula vem também da percepção de que as possibilidades de impeachment ou de parlamentarismo, com o desfecho do governo Dilma, não o poupariam, porque a direita tem consciência de sua força popular e se voltaria com todas as suas forças contra o ex-presidente. O seu destino, portanto, mais do que nunca, está atrelado ao destino do governo Dilma.
 
O resultado de sua incorporação ao governo está ainda por se ver. Mas o ânimo nos setores que o apoiam e o desconcerto na oposição são indicadores de que pelo menos o clima político começa a mudar. O fundamental vai depender da capacidade de articulação política do próprio Lula e, principalmente – e disto ele tem plena consciência – da mudança da política econômica do governo, que possibilite a recuperação da base popular de apoio que elegeu e reelegeu quatro vezes os presidentes do Brasil.
pode consultar artigo original aqui: http://www.alainet.org/es/node/176084
 

segunda-feira, 14 de março de 2016

argentina: estudo revela perda da capacidade de compra na população mais pobre

 a investigação realizada pelo o centro de inovação dos trabalhadores explica que a perda de compra verificado em 10% da população pobre da argentina nos últimos quatro meses é provocado pelo aumento do preço da alimentação, bebidas, alugueres de habitação e luz eléctrica. os resultados desta investigação explicam como os processos inflacionários afectam de manera assimétrica os distintos grupos populacionais segundo a dinâmica dos preços relativos.


http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/2-294503-2016-03-14.HTML


Los que menos tienen son los que más perdieron
 
El 10 por ciento más pobre de la población perdió un cuarto de su capacidad de compra en los últimos cuatro meses. La cifra surge de una investigación de Conicet realizada por el Centro de Innovación de los Trabajadores (Citra-Umet). La devaluación, la quita de las retenciones para los productos agropecuarios, la flexibilización de cupos de exportación en bienes claves como la carne y la reducción de los subsidios al sector energético, entre otros fueron los principales elementos que, según el documento del Conicet, aceleraron el proceso inflacionario, generaron tensiones notables en la calidad de vida de los individuos de bajos recursos e incrementaron los beneficios de segmentos acomodados de la sociedad. El trabajo adelanta que la inflación interanual que en febrero se ubicó en 35 por ciento alcanzará en octubre el 55 por ciento.
“Desde fines de 2015, con las declaraciones preelectorales de los principales referentes económicos del actual Gobierno, hasta febrero de 2016 no sólo se ha registrado una de las tasas de inflación más elevadas desde 2002, sino que se ha transformado sensiblemente la dinámica de los precios relativos, en desmedro del poder adquisitivo de la población con menores recursos y con impacto sólo marginal sobre la capacidad de compra de empresarios y trabajadores de altos ingresos”, menciona la investigación Impacto Asimétrico de la Aceleración Inflacionaria en la Argentina a cargo del doctor en Economía Demian Panigo. El trabajo analiza cuál fue el efecto de la suba del precio de los alimentos, los alquileres y la tarifa de luz en el poder de compra de los sectores más pobres y más ricos de la población. Para hacer las estimaciones se utilizaron microsimulaciones de impacto, modelos econométricos y cálculos en base a la Matriz Insumo Producto de la economía.
La investigación detalla que en los hogares humildes se perdió más del doble de poder adquisitivo que en los hogares acomodados. El 10 por ciento más vulnerable de la sociedad registró una caída del 23,8 por ciento en su capacidad de compra, en donde las remarcaciones en productos de alimentos y bebidas explicaron una reducción para el bolsillo de 15 por ciento, en alquileres de 2,5 y en tarifa de luz un 6,3. El 10 por ciento de mayores recursos, en cambio, anotó una baja de poder adquisitivo de 11,1 por ciento, en la que alimentos implicó una disminución de 5,3 por ciento, alquiler 3,9 por ciento y tarifa de luz 1,7.
La investigación explica que los procesos inflacionarios afectan de manera asimétrica a distintos grupos poblacionales según la dinámica de precios relativos: “Las familias de mayores recursos poseen un patrón de consumo intensivo en servicios (personales, esparcimiento, turismo) y bienes durables. Por el contrario, en los hogares de menores ingresos las erogaciones se concentran en alimentos, transporte, alquileres y servicios públicos como la luz. Por tanto, cuando el motor inflacionario es de raíz cambiaria o tarifaria, los principales perjudicados estarán entre los más pobres de la sociedad”. En el documento se detalla que los alimentos anotaron un alza de precio de 39 por ciento entre febrero de 2016 y el mismo mes del año pasado, al tiempo que los alquileres subieron 63 por ciento y la energía eléctrica 405 por ciento. Estos tres rubros representan más del 50 por ciento de los gastos de los hogares de menores recursos de la población.
El trabajo del Conicet menciona que el “rebrote inflacionario” de los últimos cuatro meses se potenció por una serie de medidas aplicadas por la nueva administración económica, que marca un cambio en el paradigma macroeconómico en favor de sectores acomodados de la población. La devaluación del peso, con una suba de la paridad de 67 por ciento, la eliminación de derechos de exportación de diversos productos agropecuarios (excepto para la soja, que recibió una disminución en la alícuota de retención), la liberación de cupos de exportación para ciertos bienes claves de la canasta básica (como la carne bovina), la desarticulación de facto del programa de acuerdos de precios denominado Precios Cuidados y el incremento de tarifas de servicios públicos (inicialmente en energía eléctrica, aunque se anunció que seguirá en gas y transporte públicos) son algunos de los factores principales que se describen en el documento para explicar las tensiones de precios.
Las presiones inflacionarias para los próximos meses, según la investigación, no cederán y continuarán provocando distorsión en la calidad de vida de la población. Las cifras de incrementos de precios estimadas por el Conicet para 2016 más que duplican el objetivo de 25 por ciento planteado por el ministro de Hacienda, Alfonso Prat-Gay. “Las decisiones económicas tomadas desde el 10 de diciembre han generado una dinámica de precios minorista que implicarían una tasa de inflación interanual hacia octubre de 2016 cercana a 55 por ciento”, dice la investigación. Agrega que “no parecen existir elementos que apunten a desacelerar el fenómeno inflacionario, mientras que se observa un fuerte aumento del tipo de cambio entre enero y marzo (segunda ronda de devaluación), la eliminación de subsidios y suba de tarifas en energía eléctrica (factores que todavía no han sido captados por los índices de precios oficiales de ninguna provincia), el anuncio de nuevos incrementos en servicios regulados como transporte, telefonía celular y gas, y el comienzo de la puja distributiva entre salarios y beneficios que se acerca con la inminencia de las paritarias del sector privado”.

quarta-feira, 9 de março de 2016

ainda o dia internacional da mulher

Esta data convida-nos primeiro que tudo a saudar com particular realce todas as mulheres. deve convidar-nos também, mulheres e homens, a uma reflexão séria no sentido de tomarmos consciência que o 8 de março não é uma data em que fica bem saudar as mulheres e lembrar apenas que este é o seu dia, como de uma banalidade se tratasse.




entre nós na maioria dos calendários e calendarizações efectuadas ao nível laboral, por exemplo, esta é uma data, desde logo por não ser considerada feriado, sem qualquer referência especial. é um dia igual aos outros. sinceramente, para increia como eu, o 8 de março não passa para muita gente homem, de uma obrigação de se mostrar simpático para com a mulher, amante, amiga, colega, conhecida, um politicamente correcto como usualmente se diz. e para outra tanta gente, homem e mulher, não passa de uma data esquecida, um passar ao lado naquilo que ela representa. mas passar ao lado é fingir uma realidade inexistente, forjar uma mentira que esconde as palavras de uma verdade incómoda que serve unicamente os interesses do poder, qualquer que ele seja. devemos, portanto, com um regozijo consciente e responsável, saudar as mulheres sim, porque é nosso dever perceber e esclarecer que é sobre as mulheres e meninas, que perfazem mais de metade da população mundial, que recaem com mais incidência, incerteza e maior infelicidade, os males e perigos globalizados da pobreza, da insegurança alimentar, da falta de saneamento básico e cobertura sanitária, da guerra, do desemprego, da violência. devemos saudar as mulheres, porque apesar da crise mundial e problemas ambientais, agudizantes da sua condição, mantêm como sua sabedoria, a paciência do tempo e como sua alma, a luta e perseverança. devemos saudar também as mulheres pela sua coragem histórica de construção de uma nova identidade num processo que tem modificado a cultura feminina, que hoje espelha uma nova visão do mundo, novos valores, atitudes, condutas e práticas sociais.

Historicamente conhecemos o papel fundamental no que foi e é a identidade da mulher das diversas instituições sociais com as quais as mulheres se relacionam e neste percurso também sabemos que ele assentou numa subalternidade relativamente ao género masculino. sociólogos e antropólogos situam o período neolítico como o período em que a supremacia masculina se iniciou. também numa análise mitológica há uma supremacia masculina – o deus todo poderoso é masculino – e identificamos que aqui assentam as principais bases das desigualdades sociais que persistem até hoje. e se há sistema social que mais agravou a condição feminina e fez disparar as desigualdades, foi o capitalista, que desde logo começou por imputar às classes trabalhadoras e à mulher, especialmente, condições de vida controladoras. controladoras da sua sexualidade, da sua maternidade, da sua relação com o trabalho. capitalismo este que submete a maior parte da humanidade a níveis e condições de vida inaceitáveis, o que leva a uma exclusão social, processo na qual as mulheres são bem mais penalizadas pelos papéis diferenciados de género existentes. mas a superação destes papéis e a desmontagem das contradições que deles emergem vem revelando a maior importância da própria acção das mulheres, a sua luta concreta enquanto um todo. neste particular ganhou importância na linguagem dos nossos dias o termo empoderamento, proposto por Wallerstein (empowerment). este remete para uma dimensão abrangente na qual os indivíduos ampliam o controle sobre as suas vidas no contexto da participação em grupos, visando as transformações na realidade social e política em que vivem.

segunda-feira, 7 de março de 2016

hondurenha berta cáceres assassinada.onde chega a indignidade?

berta cáceres, foi membro da etnia lenca e uma das fundadoras do conselho cívico de organizações populares e indígenas das honduras (COPINH) em 1993. por ser defensora e ter lutado toda a sua vida contra a exploração dos bens comuns da natureza e em defesa do povo lenca foi vil e cobardemente assassinada. berta cáceres encabeçou resistências contra projectos de grandes empresas minerais e energéticas e em 2009 foi duramente contra o golpe militar que restituiu o governo aos poderes económicos e ao poder de famílias tradicionais. o seu assassinato acabou com a vida desta mulher, digna e lutadora exemplar, mas não calará jamais os motivos da sua luta: defensa da vida, dos territórios e contra o sistema de exploração e roubo que acontece em muitos pontos do planeta. o seu assassinato acontece numa altura em que estava embrenhada (e o povo lenca) na luta contra a instalação do projecto hidroeléctrico Água Zarca no rio Gualcarque da responsabilidade da empresa DESA. esta é uma luta não só contra os ataques ambientais, mas também uma luta contra o sistema capitalista, o racismo e o patriarcado. enquanto aqueles persistirem a luta de berta cáceres não morrerá, e para o povo hondurenho ela está mais viva que nunca. refira-se ainda que em 2014 tomás garcía, parceiro de berta cárceres na liderança do copinh foi morto a tiro por um militar no decorrer de um protesto. de 2010 a 2014 foram mais de 100 os activistas mortos nas Honduras.

marsuilta deixa aqui duas crónicas imprescindíveis pela sua emoção e pelo testemunho que prestam à luta do povo lenca, que era a luta também de berta cáceres:http://www.alainet.org/es/articulo/175826; http://www.alainet.org/es/articulo/175824

e também a entrevista que berta cáceres deu ao jornal guardian em 2013:



                                    berta cáceres. Foto Giorgio Trucchi


Asesinada la dirigente indígena Berta Cáceres

 
Los gobiernos hondureños siguen asesinando impunemente. Esta vez, la víctima ha sido la dirigente indígena y luchadora ambientalista Berta Cáceres, un obstáculo para quienes forman parte del sistema de dominio y explotación del pueblo hondureño. Como viene sucediendo desde el golpe contra el gobierno constitucional de Manuel Zelaya en junio del 2009, la oligarquía hondureña con el soporte y complicidad de transnacionales y del gobierno norteamericano, sigue recurriendo al crimen para eliminar a quienes “molestan” a sus negocios, o denuncian la persistente y escandalosa corrupción. Decenas de periodistas, activistas sindicales o de movimientos populares, defensores de los derechos humanos, maestros, ambientalistas y dirigentes campesinos han sido asesinados en estos años. Los crímenes suelen quedar impunes. Nada se esclarece.

Luchadora incansable

Berta , miembro de la etnia lenca, fue una de las fundadoras del Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) en 1993. Encabezó movilizaciones contra proyectos de grandes empresas mineras y energéticas, y también las que en el 2009 rechazaron el golpe militar que restituyó el gobierno a los poderes económicos, como en otros países de la región, en manos de familias tradicionales.

Berta Cáceres, madre de cuatro hijos, había denunciado reiteradamente haber recibido amenazas. En julio del año pasado, dijo en una entrevista que esas amenazas le daban más fuerza para seguir luchando. Pero el régimen de la oligarquía hondureña no admite ni siquiera la defensa del agua y de la tierra. Esa era la lucha de Berta en el occidente del país, por ejemplo, contra los grandes proyectos hidroeléctricos que ponían en riesgo los recursos naturales de los pobladores.

Otro asesinato por encargo

Berta fue asesinada en su vivienda en La Esperanza, ciudad del departamento de Intibucá. La primera versión oficial fue señalar que se trató de un intento de robo. Es lo que hace y dice habitualmente la policía hondureña para que esa muerte se sume burocráticamente a las numerosas que se producen al dia, consecuencia de una de las criminalidades más altas de América Latina.

Los testigos señalan que dos sicarios forzaron la vivienda a la una de la madrugada y asesinaron a tiros a la dirigente indígena. El habitual procedimiento de asesinato por encargo contra los luchadores sociales hondureños.

“Es una responsabilidad de ustedes”

El hermano de Berta, no tiene dudas. Pidió al presidente Juan Orlando Hernández, al ministro de seguridad y al fiscal general del estado que investiguen como corresponde, que el crimen no quede impune. “Es una responsabilidad de ustedes que mi hermana sea una estadística más de un vil asesinato”, indicó.

“Mi hermana nunca se escondió, nunca anduvo con un arma, mi hermana solo expresaba la verdad y dolor de los pueblos indígenas quienes han sido sometidos por mucho tiempo”, añadió. “Ella defendía la riqueza indígena, los árboles, aves, el agua, el derecho para que la gente tuviera un vaso, un plato con comida, calzado, etc. Su única arma era su voz”.

Ganó luchas desiguales

Berta, con su lucha constante había conseguido que la empresa estatal china Sinohydro, la más grande constructora de represas en el mundo, diera marcha atrás en un proyecto. La campaña emprendida por Cáceres logró que el constructor más grande de represas a nivel mundial, la compañía de propiedad estatal china Sinohydro y un organismo ligado al Banco Mundial, retiraran su participación en el proyecto hidroeléctrico.

El asesinato se produce en la misma semana en que la ONG Global Witness de Londres denunciaba que Honduras es el país más peligroso del mundo para los defensores del medio ambiente. De los 116 asesinatos de ambientalistas que se registraron el año pasado en todo el mundo, casi tres cuartas partes se produjeron en América Latina, en especial en Honduras, Brasil, México y Perú.

Ahora vendrán las palabras solemnes de los gobernantes de turno, de los capataces de los poderes económicos. Lamentos hipócritas, promesas que no cumplirán y luego el olvido. Pero la memoria del pueblo sigue registrando el horror de sus verdugos. Y forjando nuevas resistencias, luchando como lo vienen haciendo todos estos años de represión, por un tiempo de justicia, de igualdad, de libertad y soberanía recuperada.


Nota de SERPAL: en estos años hemos seguido con rigor la información sobre la lucha del pueblo hondureño. A quienes les interese, pueden ver en www.serpal.info nuestro envío 479, del 17 de mayo del 2014: “Honduras, cambian los gobiernos pero sigue la inequidad, la represión y la impunidad.

En la misma página, buscando en Indice Noticias Serpal también pueden acceder en el año 2009 a los envíos SERPAL 396,397,398, 399, 400, 404 y 412 que resumen en sus crónicas la trama de control político y social y de la represión ejercida contra el pueblo hondureño.

artigo escrito por Carlos Iaquinandi Castro, Redacción de SERPAL

veja também o protesto que centenas de estudantes da universidade das honduras realizaram contra o assassinato de berta cáceres: http://pt.euronews.com/2016/03/04/honduras-estudantes-protestam-contra-o-assassinato-de-berta-caceres/

 

sexta-feira, 4 de março de 2016

tratado transpacífico envolvendo os eua e mais 11 países já foi assinado

enquanto no dia 4 de fevereiro os estados unidos assinaram com mais 11 países ( canadá, méxico, chile, Jjpão, vietname, austrália, nova zelândia, brunei, singapura e perú) o tratado transpacífico, com a china a ficar de fora, outros tratados aprestam-se também para seguirem em frente, entre eles o tratado com a europa. se este já assinado já abrange 40% da economia mundial, os restantes que estão a ser negociados à margens das populações e também dos próprios governos eleitos, irão chegar a toda a economia mundial. esta não por isso uma boa notícia para os trabalhadores, minorias, povos indígenas, pequenos agricultores, consumidores e para o próprio planeta. Um dos maiores perigos deste tratado e dos restantes que sub-repticiamente estão a ser congeminados com os eua, é que as empresas transnacionais ficam com o poder de anular leis nacionais, legislaturas governativas. um bom exemplo é o que acontece já em el salvador . aqui os protestos levaram ao cancelamento de um projecto de mineração de ouro canadiano. este projecto causava danos no abastecimento de água aos pequenos agricultores. a empresa canadense, pacific rim, processou el salvador sob os termos do acordo de livre comércio américa central-república dominicana. marsuilta faculta um artigo que explana alguns dos perigos destes projectos.



CP USA: New trade agreements: Potential for great harm or transnational unity




On February 4, the United States and 11 other countries in the "Pacific Rim" signed the controversial Transpacific Partnership (TPP), which encompasses 40 percent of the world economy. The other countries are Canada, Mexico, Chile, Japan, Vietnam, Australia, New Zealand, Brunei, Singapore and Peru.

Pointedly excluded is China.

Meanwhile, a parallel treaty is being negotiated between the United States and the European Union: The Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP). The European Union is also negotiating another such treaty with Canada, the CETA - Comprehensive Economic and Trade Agreement. Coming down the road is the Trade in Services Agreement, or TISA. All of these treaties are being negotiated in secret without input from the people, or even their elected legislative representatives. Much of what we know about them comes from leaks (including Wikileaks).

If all of these treaties are implemented, they will encompass most of the world's economy. And this is not good news for workers, minorities, indigenous people, small farmers, consumers and the planet.

There are many things wrong with the TPP, the TTIP, CETA and TISA-too many to cover in one article. But an overarching concern is that under these agreements, transnational corporations will have the power to override national laws, legislatures, governments and courts.

The "Investor-State Dispute Settlement" mechanisms contained in these treaties, and in others already in force, will empower corporate-dominated tribunals, not accountable to either the governments or the people, to negate national laws and judicial decisions and thus imperil labor, environmental and regulatory protections that the corporations fear will limit their future profits.

This is already starting to happen under existing "free trade" agreements.

In El Salvador protests led to the cancellation of a Canadian gold mining project which threatened to harm the water supply of small farmers. The Canadian company, Pacific Rim, sued El Salvador under the terms of the Central America-Dominican Republic Free Trade Agreement, and an Investor-State Dispute Settlement tribunal assessed a penalty of $315 million. A number of poor countries have received the same treatment under existing "free" trade agreements.

Under the TPP, TTIP, CETA and TISA, this sort of situation will be multiplied many times. Among other pressures caused by these agreements, the threat of such penalties is likely to increase the motivation for repressive regimes to use police violence to suppress the people's protests against transnational corporations that are engaging in abusive or destructive practices.

Even such a well off country as Australia finds itself in the same bind. An Australian law on cigarette packaging, designed to protect the country's citizens from lung cancer and emphysema, was successfully challenged by Philip Morris through an Investor-State Dispute Settlement action. In another case, Canadian courts had ruled against the pharmaceuticals transnational Eli Lilly on a question of product effectiveness, and the corporation used an Investor-State Dispute Settlement action to challenge the court order, to force the Canadian government to change its consumer protection laws and to get compensation to the tune of of $500 million. These and many other examples demonstrate the degree to which corporations under this kind of international treaty are given virtual veto power over the parliaments and courts of sovereign states.

The TPP has been the target of protests by indigenous people in the United States, Canada, Latin America and beyond. Indigenous peoples have in many cases found themselves on the front lines of resistance to the most abusive extractive projects that threaten the environment and the people's livelihoods. In the summer of 2013 the Nez Percé tribe of Idaho mounted successful protests to prevent the passage of heavy equipment through their reservation on the way to the Alberta Oil Sands operations in Canada. Members of the Nez Percé nation blocked a key highway over which a company was trying to transport the equipment. Tribal members were arrested, but a U.S. judge eventually ruled that the tribe was in the right and ordered the company to cease and desist. In their struggle, the Nez Percé were supported by other U.S. and Canadian indigenous communities, environmentalists and even the U.S. Forest Service.

In that and other cases, indigenous groups were able to withstand corporate assaults because of their own determination and courage, but also because of the sovereignty granted to them by treaties with the U.S. government over 250 years. In other affected countries there are similar legal protections for indigenous communities. With the TTP in force, what would happen to that sovereignty and those legal protections? Would some corporate lawyers in a Corporate-State Dispute Settlement tribunal be able to put an end to the ability of Native American communities to defend themselves and the environment? Under international and national laws, indigenous people have the right to "free, prior, informed consent" about projects to be carried out on their lands. Would this laudable principle survive a corporate full court press under the TTP or the TTIP?